terça-feira, 30 de agosto de 2011

Fim (ou não) do recesso

Eu deveria estar estudando, deveria estar monografando, mas estou aqui! Peço a atenção dos senhores e das senhoritas. Peço também desculpa por atrapalhar o horário de trabalho ou escolar de vocês. Mas gostaria de explicar a minha situação.

Não sou mãe de família, tenho bons e amados pais que nunca deixaram faltar nada para mim e para o meu irmão. Este... um homem respeitador que tenho muito orgulho. Uma família, que apesar de ser linda aos olhos de terceiros, teve (e têm) os seus problemas, como qualquer outra.

Estou desempregada, mas não estou aqui para pedir o seu santo dinheiro (apesar de precisar imensamente de um emprego o quando antes), pois sei o quanto você se esforçou para conquistá-lo. Infelizmente, estou a sobreviver com o suor de meu pai e de minha mãe. Mamãe pagando as contas da casa e papai quitando as dívidas adquiridas. Espero não fali-los.

Tenho muito a agradecer por tê-los na minha vida, apesar de às vezes parecer uma pessoa ingrata.

Também não estou aqui pedindo a sua pena ou dó sobre a minha pessoa. Tenho visão, audição (não que eu tenha pena dos cegos e dos surdos-mudos. Muito pelo contrário. Tenho admiração por vê-los vencer todos os dias), minha saúde está perfeita (eu acho), apesar de estar acima do peso. Mas nada que uma caminhada todo dia não resolva.

Estou aqui, e esta é a pura verdade, para ver se me restaram amigos. Para ver se o mundo em que vivo não é só o meu mundo. Para saber se a minha caminhada, apesar de fria e torta, levar-me-á a um caminho certo, ou ao menos bonito, onde eu possa dizer o que sinto e ser aceita dessa forma.

Seria importante para mim se pudesse dizer a mais pura verdade, mas não para magoar, e sim para me expressar. Importante também seria se aqueles que estão acostumados a somente ouvir coisas boas ou a não ouvir nada, soubessem entender que as palavras que são faladas por mim não são para ferir (e também acho que não tenho tanto poder assim). 

Tenho (e temo) que dizer que a vida está turbulenta, apesar de parecer fácil e linda. Sinto, por vezes, que cheguei a regredir 10 anos, quando era insegura. A diferença é que a inocência não faz mais parte de mim como naquele tempo fazia. Ainda sou um pouco criança, mas não pela imaturidade, mas, sim, pela forma de querer encarar a vida. Não me peça para crescer, pois eu amo a criança dentro de mim. 

Têm momentos em que a vida se mostra sendo uma escala de cinza, nunca preta e branca, nunca simples. Apesar de não aparentar em meu sorriso a tristeza que por vezes sinto, quero dizer que também sou humana. Acerto o tanto quando erro, este às vezes mais. MAS eu estou aqui, dando a cara a bater. Eu poderia estar monografando, como já dito, mas o meu cérebro precisa disso. Precisava d'eu vir aqui, até vocês, e dizer o que vem passando nessa cabeça de cabelos lisos (de que vale seu cabelo liso... e as ideias enroladas dentro da sua cabeça?). 

Ao amar nós aprendemos. Ao perder nós aprendemos. Sendo julgados e julgando conseguimos tirar as nossas lições. Faça tudo isso. Seja você mesmo. Venha até aqui, como eu estou, e diga a verdade. Diga, p.ex, como eu, que está cansada das pessoas se acharem tão boas e perfeitas ao ponto de não ver que elas também erram (palavras são erros e os erros são seus. não quero lembrar que eu erro também). Não queira resolver o mundo à sua volta. Faça parte dele. Erre, brinque, ame, estude, trabalhe, malhe, brigue, mas seja humano. Apenas isso!